segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Pedaços de mim no chão

No espaço onde eu habitava não me encontro mais.
no mesmo lugar está um velho par de sapatos;
roupas num canto, outras na parede penduradas.
na solidão conversam entre si em diálogos silenciosos;
perguntam por mim.
Mas não estou.
há tempos não me vêm, há tempos não saem;
há tempos não me vestem; há tempos não me calçam os pés.
E não sabem onde estou.
É que sou feito do mesmo tecido que são feito os sonhos,
e como não mais tenho sonhos, tampouco tenho vida;
tampouco existo.
mas o que ainda há, são vestígios de mim.
Entre a poeira e o mofo,
o silêncio e a solidão,
pedaços de mim no chão.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012



Durma, eu cuido de você. 
Provoque esse sono reparador e abra o seu coração.
Deixe-me entrar em seus sonhos e lembre-se da felicidade de ser o ator de suas fantasias. 
Sem marasmo, mas um espasmo dos músculos eretores, eu sou o motor.
Ainda assim, um esforço, eu quero você o mais profundo dentro de mim.
Respire, construa um império para o seu vampiro, e não pense sobre o nosso futuro.
Amanhã está longe.
Morda ... 
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Sim, morda e devore os vícios exuberantes e fuja da fome na premissa das tuas mãos. Moribundo!Idiota! Você vai renascer, cicatrizar? penetra.
Minha flor do mal se sente macho
Morta. E vazia de vida, de todo desejo.
Eu revi porque estou na palma da sua mão.
Seus pensamentos são podres, suas ações são contra o tétano.
Calafrios falsos
Eu me atolo na sujeira. Devore... Morra, morda...


Os sons ainda atormentam.
Ele já não acredita.
Ouve seu coração entupir como as máquinas.
Seu corpo não o obedece mais. Ele se deita, mesmo eles estando ao pé da sua cama, mesmo se eles o pegarem. Ele chora.
O calor a prende na coleira.
O sangue escorre pela corrente.
Pequeno, a boca pequena, gulosa : que espuma no fundo.
Ta carne está nua.
Se enche...
Acaricia as crianças. Um, dois joelhos caem, no chão macio.
Tudo fica lento.
Mártir atrai as moscas, após os gritos sob a terra, a alma embriagada.
Mártir atrai as moscas, fulge sob os gritos da terra, a alma solitária.
Pros nossos pais que estão ausentes...
Livrai-nos do mal...
Ave Maria, cheia de graça.
Para aqueles que nos têm ofendido: nós vamos apresentar à tentação.
Para aqueles que nos têm devastado, diga-lhes a verdade: a Besta e o Cordeiro são um.
Quebra sua cabeça.
Um bebê dorme sob a terra, de boca cheia.
Fluindo!
Esperma e poeira.
Cospe suas feridas.
Boneca de pano...
A noite é surda.
Ela se vai.
Espero minha vez.
Dumo aos gritos. Pego seu corpo emprestado, e devolvo aos pedaços.